E Se… o Brasil ainda fosse uma monarquia?

Imagine o Sete de Setembro com muito mais brilho, pompa e circunstância. Nada de 15 de Novembro dividindo o protagonismo nos livros de história ou nos calendários escolares. Nessa realidade alternativa, dom Luiz de Orleans e Bragança seria o rosto nos desfiles oficiais, talvez acenando de cima de um carro aberto, com banda marcial ao fundo e multidões nas ruas.
E sabe o que é curioso? A capital ainda seria Brasília. Isso mesmo. A ideia de levar o centro do poder para o coração do Brasil não foi invenção de Juscelino Kubitschek. Lá em 1823, José Bonifácio já sonhava com isso — a ideia era tirar a sede do governo das garras de possíveis invasores litorâneos. Se o Império tivesse seguido firme, o Planalto Central teria virado reduto dos leais ao trono. Os grandes produtores de soja e grãos seriam a base política do Império moderno, assim como os cafeicultores dominaram o século XIX. Agricultura, mineração, petróleo… tudo isso teria ainda mais peso na economia nacional.
Avançando algumas décadas, chegamos aos anos 60. O mundo fervilhava, e aqui não seria diferente. Em vez dos generais, quem tomaria as rédeas seria o imperador dom Pedro Henrique. Para “conter a ameaça comunista”, ele teria limitado os poderes do Parlamento e instaurado sua própria versão de uma ditadura. E como a arte sempre dá um jeito, a MPB viraria trincheira. Metáforas afiadas, letras que driblavam a censura, e um violão servindo como resistência.
Mas nem tudo seria ditado pelo contexto político. A própria família real já tinha seus conflitos internos. Em 1908, dom Pedro de Alcântara abdicou de seu direito ao trono para se casar com uma condessa (nada de princesa, o que era “regra” na época). Isso dividiu a monarquia brasileira entre os ramos de Petrópolis e Vassouras. Como o Brasil já era uma república, o escândalo ficou só nos círculos da nobreza… Mas e se ainda houvesse um trono? A treta teria virado crise de Estado.
E aí chegamos a 2013. Lembra das grandes manifestações de junho? Pois é, dom Luiz, neto de Luís Maria (o tal do ramo de Vassouras), pediu para seus seguidores ficarem em casa. Temia que a coisa descambasse para a anarquia. Se ele fosse rei, essa fala cairia como gasolina na fogueira. Enquanto isso, o primo dom João, do ramo de Petrópolis, ganhava moral entre os jovens. Liberal, empresário, fotógrafo, surfista e defensor de monarquias parlamentares, ele representava uma brisa de renovação no velho palácio.